Os Ashaninka daqui vivem na pontinha do Brasil, quase na fronteira com o Peru, bem no meio da floresta amazônica, às margens do rio Amônia, numa aldeia chamada Apiwtxa. Uma aldeia muito bonita, diga-se de passagem, com casas suspensas espalhadas pelas duas margens do rio. Eles fazem a travessia de canoa e, de manhã, uma névoa cobre tudo de branco. Temos a impressão de estar em um outro mundo, em um outro tempo, ou dentro de um sonho.
Aos poucos o sol vai dissipando a bruma e os risos das crianças e o cocoricó das galinhas enchem o ar. O movimento na aldeia começa. Homens e mulheres passam para lá e para cá munidos de facões e cestas, vão tirar mandioca no roçado, lavar roupa no rio, pescar, arrumar uma casa.
Os Ashaninka são altivos, orgulhosos, mas cordiais. Alguns inspiram realmente uma realeza (usando termos bem ocidentais): são como principes da floresta. É bonito de ver. Nossa presença passa quase invisível em meio as atividades do dia, com breves acenos de cabeça ou sorrisos fulgazes. De noite, um som de tambor ao longe, a imagem de um ritual silencioso sob o céu, um véu de estrelas e a sensação do quão diverso e vasto é o mundo.
Fotos de Amanda de Stéfani
Querida, agradeço por nos dar este presente de ouvir fresquinho o relato desta aventura, seu olhar delicado e cumplice deste mundo tão mágico . Posso passear um pouco com vc, eu e o Ian , é Claro. Agora passeamos na rua e ele fica tão feliz e atento com tudo que vê. Imagino o dia que ele for pra aldeia, afinal ele merece este presente que nós tivemos pelo amor de nossos pais. Ele está ali na cama me chamando. Vou ler seu relato pra ele, dizendo que a tia palhaça é também professora e aventureira! Beijão mana
ResponderExcluir