Para quem não conhece, o Vídeo nas Aldeias - Pontão de Cultura que acolhe esse projeto - é uma escola de cinema para índios. E essa
escola vai até as aldeias. Os professores, com seu material, pegam os aviões, boléias
de caminhão, barcos e o que mais precisar para ir até as reservas indígenas.
Chegam nas aldeias com as câmeras, computadores, microfones e, com a ajuda
deles, os índios fazem seus filmes, contam suas histórias, da maneira como
desejam.
Pense na sua comunidade,
no bairro onde você mora. Como a TV e os jornais falam do lugar onde você vive?
Correspondem à realidade sobre este lugar, ou apenas a uma parte dessa
realidade? Agora pense se fosse você, ou seus pais e avós, ou a liderança
comunitária do seu bairro a falar da sua própria realidade? Como você
apresentaria onde mora, onde estuda, onde brinca? O que escolheria apresentar?
Seria diferente? Foi pensando nessas diversas formas de se contar uma história
que surgiram, no Brasil e no mundo, grupos de pessoas que se juntaram para
falar com suas vozes, palavras e imagens da sua própria realidade.
Foi justamente em
meio a estes movimentos que nasceu, há 25 anos, o Vídeo nas Aldeias: um centro de produção e
de formação de cineastas indígenas. Com esses filmes um povo que vivia numa
aldeia podia ver como viviam os povos de outras aldeias. E todos estes vídeos e
histórias circulando acabavam por formar uma grande rede de conversa entre os
povos indígenas (como hoje, com o celular, a internet, as redes sociais).
E
quando você conhece o mundo do outro, você acaba por querer conhecer um pouco
mais do seu. Assim, assistir aos filmes de outros povos, despertava na
comunidade a vontade de contar suas próprias histórias, as histórias dos
antigos, de mostrar seu jeito de viver.
Através dos filmes do VNA e, logo mais, desse livro-filme que estamos preparando aqui também, te oferecemos, antes de tudo, uma possibilidade
de viajar, conhecer pessoas e lugares distantes! (Sem ter que pegar tantos aviões e sacudir a bunda no barco como eu farei em breve...)
Vamos
ver, através desse livro-filme, um pouquinho de como é ser crianca entre os índios Ashaninka: onde eles
moram, o que eles comem, que língua eles falam, quais são as suas brincadeiras, como são as suas escolas, o que andam fazendo, pois, para
fazermos novos amigos, antes de tudo, precisamos conhece-los, não é mesmo?
(Esse post têm a colaboração da amiga e escritora Ana Carvalho)
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